terça-feira, 27 de dezembro de 2011

nós, que chegamos depois, não podemos ir embora antes.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

descobri porque não gosto de férias:
não gosto de ser só eu.
não gosto de ser só porque eu gosto de ser só.
não gosto do vazio que grita.
prefiro o trabalho silencioso.
prefiro a rotina que cansa o corpo ao barulho que cansa o resto todo.
prefiro inteiramente os dias inteiros.
prefiro parcialmente o inteiro.
internamente entendo-me e escuto-me, mas não quero conversar-me.
durmo-me. durmo. boa noite sem bom dia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

nada. um dia ela vai entender o quanto esse nada é pleno de uma especificiade muito específica.
e talvez ela já entenda.
eu penso e talvez acabe expressando de alguma maneira apesar de achar que não mudo nada. um leve sorriso (lateral), talvez. ou quem sabe um brilho diferente no olhar, que ela vê mesmo quando está escuro. alguma coisa, que eu não sei o que faço, mas que ela percebe em mim.
e então ela pergunta "o que foi?" como se sentisse o que eu solto de todas as maneiras que posso, mesmo sem achar que faço.
e ela sente. sente saindo de cada poro. ou de cada gesto num milésimo de segundo.
é que tem transbordado, entende? sai de mim, atinge o ar, chega até ela, assim rápido, assim intenso, assim.
eu a sinto às vezes. ela me percebe. ela me olha. ela me decifra. ela me lê.
e eu não querendo palavrear aquilo que está claro, mas não exposto, digo simplesmente: nada.
ela sabe e pergunta "aquele nada repleto de coisas?". eu desconverso.
não. não é repleto de coisas. é uma coisa só. específica. boa.
você sente e eu também. bobice.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Tudo que procurava

não temas!
eu seguro sua mão
e caminhamos juntas.
basta querer.
basta abrir de vez a porta.
eu espero. eu sei.
você sabe? você sabe.
sabemos.
não temas que o Acaso guia.
o Acaso é o guia.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

definições de terapia

amor é quando não precisamos da pessoa, mas queremos estar com ela mesmo assim.
amor é quando a pessoa nos incita a ser o melhor que podemos ser.
amor é quando queremos felicidade, não alegria, mas felicidade!
amor é. quando?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

grito silencioso

e agora vem aquela vontade louca de estar com você. de olhar para você. de me ver nos seus olhos. de dizer o indizível. de viver o esperado. de sentir o desejado.
vem de novo aquela vontade de gritar, e por isso escrevo. mas esse grito é diferente. vem aquela vontade de gritar o que está gritando dentro de mim, fora de mim, em todos os lugares. esse grito que me invade e que digo ser grito com medo de nomear. esse grito lindo que eu vejo nos seus olhos e que mostro nos meus.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

tenho aprendido a ouvir os momentos de silêncio.
perceber aquilo que antes era impercebível.
ler aquilo que não está escrito.
ouvir aquilo que não se diz, mas se sente e se sabe.
sabemos. sentimos. vivemos. nao falamos, mas olhamos e isso tem bastado e isso tem gritado.
gritado o que não é dito, mas é sentido e sabido.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

e quanto mais as palavras se tornam inferiores, mais eu caminho para o desconhecido e, inesperadamente, não assustador lugar, que me mostra verdades, sentidos e confusões.
e agora, Senhor? seja feita a tua vontade, que eu não sei se é mesma que a minha...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

pela primeira vez na vida preciso de definições que as palavras não comportam...
respiro e sinto o cheiro da saudade.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

eu te quero. e eu to com medo. nesse momento eu to com medo. igualzinho quando era pequenina e temia o escuro. eu temo. eu temo porque quando temos tanta certeza de alguma coisa tememos em alguns momentos. eu temo porque ainda nao consegui me livrar totalmente da minha parcela auto-destrutiva. eu temo porque eu te quero. e eu te quero de uma maneira que eu nao sabia que podia querer. e eu te quero e eu choro. choro por nao saber o que fazer as vezes. choro simplesmente porque eu nao sei o que sentir. choro porque esta tudo lindo e ao mesmo tempo emaranhado. eu choro porque voce chorou e eu nunca vi nada tao bonito. eu choro porque voce me olhou e eu nunca vi nada tao profundo. eu choro porque voce existe e isso nao tem cabido em mim. eu que sou pequena e tenho sentido forte. eu choro porque eu te quero. eu te quero e eu sinto. eu sinto que estamos na mesma pagina, mas essa página nao está num livro colorido, ou fácil. eu sinto que te quero. eu sinto que é pra eu me sentir assim. eu sinto que... que eu... vou chorar mais, só ainda não sei que tipo de choro. e o chorar tem sido o que há de mais bonito na minha vida. e eu choro e escrevo e nao entendo mas confio. e eu te quero e eu quero que voce me queira e eu quero tanto e eu quero tanta coisa e eu quero chorar mais e eu quero sentir o que eu devo sentir, o que eu devo fazer, ou falar ou qualquer coisa. e eu te quero e voce é linda. muito. e é pra ser voce. eu sei que é voce para mim. mas eu só sei isso. e é tudo que eu consigo sentir. eu te quero. tanto tanto. eu te quero agora do meu lado. te quero segurando a minha mao e mexendo no meu cabelo. te quero me olhando daquele jeito que só voce me olha. te quero sorrindo. eu te quero.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

difícil escrever sobre algumas coisas e essa é, até hoje, a maior delas. eu não sei exatamente o que escrever, mas eu quero escrever. e não, não é uma vontade de gritar, muito pelo contrario, parece que o grito sumiu de mim. o que eu quero é tentar definir coisas indefiníveis. tarefa dificil, eu sei. o que eu quero é traduzir um pouco do que estou sentindo, mas a única coisa que consigo pensar é que estou sentindo certo. sentir certo. exatamente isso: certo. é o sentimento certo. e não é que eu já não tenha sentido certo outra vez, mas pela primeira vez eu opto pelo certo. porque sim, a vida é feita de escolhas e eu nunca gostei de tomar decisões, até que entendi muitas coisas diferentes. entendi inclusive como sentir certo, e melhor: certo com a pessoa certa.

eu sonho. ela sonha. nós sonhamos. sonhamos?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

e a vida me sorri tanto que eu só tenho gargalhado
"por que temos tanta dúvida das nossas certezas e tanta certeza das nossas dúvidas?"

quem diria que alguém que já fez essa pergunta hoje consegue ter tantas certezas.
e o que eu faço com essa certeza de que é você?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

minha cabeça palpita.
seria poético se não fosse literal.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

(entre)laços

a minha mão direita entrelaça seus cabelos
a esquerda deseja entrelaçar sua mão
o meu coração se entrelaçou à você
nos laços eternos que já foram feitos e nunca desfeitos
entre laços muito maiores do que conseguimos ver

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

é levemente insaível pensar que não tem como haver alguém que represente o que eu quero mais que você e que há alguém que é mais do que eu para você.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Prelúdio da dança

Ela sorri enquanto, andando, come o lanche.
Ela sorri enquanto, andando, se depara com ela sorrindo e comendo o lanche.
Ela pensa sozinha enquanto ela assiste ao vídeo por obra de um acaso nomeável. Sorri de novo e reconhece o outro sorriso.
Falam-se. Reencontram-se. Conversam-se. Reconhecem-se. Entendem-se sem entender realmente a situação, talvez óbvia, talvez estranha, talvez enganadora e certamente complicadamente simples.
Um círculo. Um simples círculo que parece um labirinto.
Ah, malditos olhos periféricos que não compreendem o invisível indisível.
Ah, bendita fé acalentadora que pacientiza.
Bendita vontade que acha caminhos. Bons caminhos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

e às vezes a gente fica numa expectativa de coisas acontecerem, mesmo que não aconteçam, mesmo que não sejam para acontecer. a grande questão é quando você fica acreditando que é. que é sim para acontecer. mas sou só eu quem acha isso ou é o universo que tenta me dizer? não sei, ainda não sei. o "acaso" me guiará.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

um pouquinho de fé

Querido blog,

Acho que te aposentarei. Não é nada pessoal, não me leve a mal! A questão é que eu não quero mais gritar. Nesse momento eu não preciso de absolutamente nada para não gritar. Não preciso contar história nenhuma para evitar o grito porque ele não existe mais dentro de mim.
E isso é lindo, sabe? Ultimemente tenho sido quietude e calmaria, ou pelo menos é o que digo a mim mesma quando estou para meditar. Sim, eu comecei a meditar. E hoje sou uma Carol bem mais saudável que esses textos.
Claro que ainda gostaria de contar coisas porque apesar de não ter nada grande para contar, contar é algo grande para mim. Por isso conto através de contos, ou textos indefiníveis como os que aqui estão.
A questão é que esse nome caiofernandiano não cabe mais para esse lugar. Lembra daquela citação que me definiu por tanto tempo?

"Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, eu não lembro. Tenho a impressão de que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa pra começar a acontecer."

Lembra dela? Então... eu tenho plena consciência, nesse momento, que estou sempre exatamente onde deveria estar. Agora eu olho em volta e tenha certeza de que gostaria de estar aqui e o que há para ser começado não depende de mais ninguém além de mim. Eu só preciso querer caminhar mais e tenho umas 20 pessoas, no mínimo, que caminham comigo.
Talvez qualquer dia desses eu venha aqui para contar coisas e dizer o que sinto. Mas não será mais para impedir o grito e sim para compartilhar as felicidades ou angústias necessárias que aparecerão no meu caminho.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Muito há tempos antes de ontem e um pouquinho hoje

Eu não tive tempo de te beijar como eu queria. Não tive tempo de sentir muitas coisas que eu gostaria nem aquelas que eu não gostaria de sentir. Não tive tempo de dizer que estava feliz de estar com você. Não tive tempo de estar tão feliz. Não tive tempo de me preocupar com nosso futuro preocupante nem relaxar com as situações relaxantes. Não tive tempo de te abraçar direito e decorar as curvas do seu corpo ou os traços do seu rosto. Eu não tive tempo de dizer “eu te amo”. Não tive tempo nem de sentir amor. Não tive tempo de tentar ter o que eu queria e esperava e ansiava. Simplesmente não tive tempo de ter tempo e acabo novamente no que poderia ter sido, da mesmo forma que comecei.
Você não teve tempo suficiente para mim e eu não tive tempo suficiente de você.

Ontem

e hoje eu passei pela tua rua. por causa de um cabo caído e uma rua fechada, sem vontade de achar outro caminho. passei pela tua rua sem aquela vontade de me perder de novo. e eu fui quase sentindo aquela dor doída e achei que te vi, mas era só uma colegial qualquer que não você, que me fez relembrar dos mesmos momentos em que eu virava aquela esquina. e eu continuei dirigindo e passei, e tentei não olhar mas olhei. e eu fui sentindo aquela sensação de quem não sente mais nada, de quem não sente mais dor, mas que ainda tem lembranças, que foram voltando pouco a pouco sem que eu pudesse fazer nada, sem que eu pudesse dizer que não, sem que eu pudesse dizer que sim, sem que eu pudesse dizer qualquer coisa. eu apenas senti aquele não-sentir e lembrei aquele todo-lembrar e continuei passando tentando não me importar, tentando não sentir todo aquele frio ou aquela tristeza que vinham daqueles tempos tão ruins que um dia haviam sido bons. e eu quase senti o seu cheiro e continuei andando e assim como o quase passou, eu passei, o carro passou, nós passamos e acabou. depois eu continuei na rua e vi uma prostituta qualquer entrar num carro aleatório e segui o meu caminho rumo à minha casa que nunca foi contigo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

às vezes as coisas complicadas podem acontecer de maneiras simples...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

às vezes me pergunto se já cheguei a sentir coragem de fazer alguma coisa, ou se sinto apenas medos diferentes que me fazem agir.

domingo, 3 de julho de 2011

Quero muito muitas coisas, apesar de não saber exatamente o que elas são.

sábado, 2 de julho de 2011

eu quero

eu sempre sou o problema e tento encobrir isso deixando a vida escolher por mim, fugindo das decisões sobre a minha vida, só assim eu pareço vítima, quando na verdade sou a grande vilã de mim mesma. sempre acho que posso fugir ou evitar o grito só por medo de ser feliz. então eu me saboto só para continuar desse lado triste e solitário da porta, o qual já me acostumei apesar de não gostar. essa é a grande questão da minha vida: me acostumar com aquilo que me faz mal só por ter muito medo daquilo que é feliz. o que será que eu já fiz para me desgostar tanto e querer me auto-destruir? já chega de só se amar no amor do outro. Deus está em mim. o que mais eu preciso para ser feliz? querer!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ah, acabam sim...

As coisas acabam de maneiras engraçadas. As paredes estão sendo pintadas de branco-leite para esconder aquelas sujeiras de felicidade e das patas de um cachorro grande e tranquilo. Lembranças de binóculos no escuro e liquidificadores emprestados não vão embora com aquela primeira mão de tinta e duvido que a segunda consiga dar um jeito nelas. A grelha de pão de queijo de frango já se foi, mas aquela luminária esquisita, de um tal menino PJ que tem consciências que saem de malas e têm medo de gritos, ainda está por lá, naquela varanda que não pode ser lavada. E o quarto sem luz não mais ilumina a cama que costumava ficar lá, chamativa para deitar ou para empurrar pessoas em cima. Todas as histórias vão sendo pintadas de branco e vão chegando ao fim naquele apartamento engraçado que tem teto mas não tem nada. Ninguém pode fazer xixi porque papel higiênico não tem mais ali. Mas todos podem sentir saudades porque ali houveram felicidades.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

sempre me é dado o inalcançável ou eu realmente nunca consigo alcançar?

Esperava

E eu estava sempre esperando por ela. Seja nas portas das suas salas, seja na porta da sua vida. Eu esperava ela responder os meus torpedos e tomar decisões importantes sobre nós duas. Esperava que ela tivesse tempo para me ver, para que eu segurasse sua mão, visse seu pescoço quando mexesse no cabelo e ansiasse por aquele beijo. Não, não é qualquer beijo. Eu esperava e ansiava por aquele beijo vermelho, tímido e sorridente. Esperava sempre. Ás vezes pacientemente, às vezes desesperadamente. Porque esperar às vezes é desesperante. Mas nem tanto para mim porque eu sempre espero essa sempre espera. Ah! Essas soleiras da vida que eu tanto procuro e fujo, que eu tanto amo e desespero. E o tempo que não se criava, passava. Passava e levava embora algumas coisas, tipo a vontade de comer, tipo o calor, tipo o desespero. E o que fica é apenas essa paciência tão nova e esquisita. Essa vontade de não-sei-o-que e um pouco daquela fé tão reconfortante que remove montanhas e move vontades.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

presença da ausência

queria postar umas coisas, mas como não dá, quero deixar registrado essa ausência.

ps. isso é culpa do artigo da cláudia e do almeida faria.

Feliz aniversário, Ana!

Ana Luiza é a menina bonita das minhas aulas.

A menina que falta e chega atrasada.

A menina que faz falta e chega bem rápido quando tem que chegar.

E ela chegou: rapidamente, despretensiosamente, felizmente e intensamente.

Chegou para mostrar a falta que eu tinha antes dela ter chegado. Chegou para mostrar a amizade, a confiança, as broncas, e os sorrisos.

E a Ana Luiza sorri demais. Sorri com o sorriso, sorri com os olhos, sorri com os abraços, sorri até com os cigarros e o iphone. Ana Luiza sorri porque sorrir é o que há de mais bonito e tudo que há de mais bonito nela sorri.

E assim, sorridente e tolstoiana, ela veio. Veio, comeu um misto quente, um joelho, tomou uma caipirinha, uma coca-cola e sorriu com a minha vida.

domingo, 5 de junho de 2011

composê

a felicidade existe. existe naquela casinha que ainda estamos plasmando e naquela escola que ainda estamos idealizando. a felicidade existe ali naquela salinha apertada que trabalha aos sábados e canta aos domingos. a felicidade existe naquele circo azul, amarelo e vermelho onde os lápis são grandes, os pincéis pesados e as borrachas apagam braços. a felicidade existe nos composês dos centros de mesa, das paredes e dos cabelos. a felicidade existe naquelas pessoas que imitam outras pessoas e riem e cantam usando crayolas de microfone. a felicidade existe nos três corações e nos outros tantos que ainda batem ou não mais. a felicidade existe naquele cara a cara de pessoas conhecidas e familiares, acima de tudo: familiares. a felicidade existe no sorriso de cada um e no amparo de um bigode grande, um olhar doce e um coração maior que o mundo. a felicidade existe onde somos todos 1!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Querida soleira da porta,

Estava com saudades.

=)

terça-feira, 3 de maio de 2011

e magicamente não me sinto mais cansada, nem um pouquinho. sinto-me diferente. diferentemente leve. diferentemente em paz e sem calma nenhuma, mas com alguma paciência. sinto-me caminhando para o caminho e quanto mais caminho mais quero caminhar. eu quero ir, já que tu me aceitas eu quero ir

domingo, 1 de maio de 2011

Eurípedes e GEAMA

hoje não preciso de nada para não gritar. hoje eu só quero sorrir e agradecer. sorrir sete vezes e agradecer muito mais de sete vezes por esses sete anos. e mesmo que eu só tenha estado fisicamente por três desses sete, sei que todos os outros sete anos da minha vida ansiavam por esses ultimos três que serão um dia muito mais que sete.

"A vida e perene para quem faz dela uma arte. A Espiritualidade de rejubila por tanta dedicação e fraternidade" Eurípedes Barsanulfo

segunda-feira, 25 de abril de 2011

de vez em quando eu ainda tenho aquela esperança desesperada que a qualquer momento pode chegar uma mensagem sua dizendo "sinto a sua falta" ou qualquer dessas coisas que demonstrem que você precisa de mim tanto quanto eu um dia, há tempos, precisei de você. o pior é que mesmo que eu não queira que voltemos ao que um dia fomos, mesmo que eu não precise mais de você, mesmo assim eu ainda preciso que você precise de mim. então às vezes eu finjo que você acha que cometeu um erro, se arrependeu e que sabe que eu fui a melhor coisa que te aconteceu. e eu fui sim, mas mesmo assim você não me quis. ao mesmo tempo que fui a melhor coisa, fui também a mais desajeitada, a mais errante que poderia ter sido. falhei. falhei e sei disso. e o pior é admitir que não é você quem tem que se arrepender do que passou, e sim eu, do que eu fui e deixei escapar, deixando de lado o que deveria e poderia ter sido, para ser apenas aquilo que eu fui e soube ser e que não foi suficiente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

EuSouGay

http://projetoeusougay.wordpress.com/

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

segunda-feira, 4 de abril de 2011

paciência

acho que estou começando a perceber... não, perceber não, mais: sentir, acho que já estou começando a sentir, assim, aos pouquinhos, bem devagarzinho, que quanto menos controle quisermos ter sobre as coisas, menos vamos ter medo. e quanto menos idealizarmos mais poderemos ser felizes. é tão simples! veja bem: se idealizarmos um relacionamento o melhor que pode acontecer - apesar de ser muito improvável - é que o relacionamento atenda a essas expectativas. a questão é: quem disse que essas expectativas são o melhor que pode acontecer? as coisas podem ser muito melhores, muito maiores, e acabamos traçando limites de perfeição - com um conceito deturpado de perfeição - que nos impedem de ir além e de sermos mais felizes. e felizes com o que temos e não com o que esperamos ter. está na hora de perceber que o bom é sempre o que a gente tem e não aquilo que idealizamos ter um dia, porque essa idealização não existe ainda e só vai criar felicidade se e quando for real, mas eu não me importo tanto mais com ela assim. preocupo-me com aquilo que meu presente me apresenta porque preocupando-me com esse presente que garanto o meu futuro.

sábado, 2 de abril de 2011

estou sentindo saudades nesse momento. saudades de algo que eu não sei o que é. aliás nem sei dizer se é de algo ou alguém. não sei dizer nem se é de algo que aconteceu ou de algo que eu não vivi. quem sabe é de algo que viverei um dia? não sei, não sei. só sei que são saudades. uma saudade pequena e simples. uma saudade feliz e paciente. uma saudade estranha, diferente e um pouco infinita.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Será

Era uma vez um espírito de luz que um dia fui eu. Eu que agora sou.

Era uma vez eu feliz. Daquela felicidade que não entendemos. Sublimada, infinita e desconhecida.

Era uma vez num tempo que ainda não foi e ainda será.

Será uma vez um dia.

terça-feira, 29 de março de 2011

Alívio

Eu já errei tanto que acho que nem sei mais acertar. E sabe qual a pior parte? Eu tento. Eu tento muito fazer o certo. E por mais que eu faça coisas completamente diferentes eu sempre acabo falhando. Como? Como, Senhor, acertar? Quero seu peso leve e seu julgo suave. Quero te ouvir mais nitidamente porque você é o caminho, a verdade e a vida.

http://www.youtube.com/watch?v=HKv3CImnqv4
operação mesoclisar-me: um sucesso. um sucesso daqueles fingidos, que logo desaparecem.
operação ser feliz: total fracasso. um fracasso daqueles que é só um fracasso.
fracassos que cansam mais ainda...

segunda-feira, 28 de março de 2011

bem-aventurados os cansados pois que irão trabalhar e não sentir mais cansaço.

domingo, 27 de março de 2011

Eu queria tanto te salvar e preencher todos os vazios da sua vida, mas no final acabei foi achando os vazios da minha, sem ninguém para me salvar. Errei tanto apesar de ter tentado muito. Tentei muito apesar de ter me machucado tanto. Achei que você precisasse de mim mas eu quem dependia de você. E agora acabou. E eu que não ia embora da sua porta, fui. Fui porque você quis que eu fosse. Fui sem conhecer o que você escondia do outro lado. Fui depois daquela longa espera. A porta não fechou atrás de nós. Você não sorriu, eu não sorri e nada - nada mesmo - foi daquele jeito muito bonito que eu achei que fosse ser um dia.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mesoclisar-me-ei

Se eu sou tão cansada e estou tão cansada de estar cansada, então não vou mais ser eu assim, não dessa forma, não nesse sentido. Serei diferente naquilo que me cansa. Não vou correr ou esperar ou sentir ou agir dessa forma. Cansei. Cansei de cansar e, mais, cansei de cansar de cansar. Meu cansaço se cansou e agora as coisas tem que mudar, mesmo que as mudanças me assustem. Mesmo que eu me desoriente, me perca e me ache só tempos depois. Descansar-me-ei. Mudar-me-ei. Mesoclisar-me-ei. Quero estar no meio, ser a dúvida e o talvez. Não farei mais promessas ou passarei certezas porque não quero mais ser assim confiável e assim tão constante. Quero ser qualquer coisa que não uma exclamação e um porto seguro. Quero extirpar essa ingenuidde de uma vez por todas e crescer, mesmo isso tudo me parendo mais uma regressão do que um avanço.
Eu achei que com você seria diferente. Que com você eu nao precisaria correr tanto, esperar tanto, tentar tanto e ficar tão cansada. Achei que talvez eu pudesse estar um pouquinho do outro lado da porta e abrir a porta depois que você batesse. Achei que você iria bater mas eu acabei batendo e esperando enquanto você pensava se abriria e não abriu e continuei na soleira como sempre estive e cansada como sempre fui. Achei que me descansaria de alguma forma, que me mostraria que nem tudo precisa ser com tudo e que de pouco em pouco podemos construir o mesmo ou algo melhor. Achei, mas nao expectei dessa vez, só achei, supus e errei.

terça-feira, 22 de março de 2011

por que temos tanta dúvida das nossas certezas e tanta certeza das nossas dúvidas?
Estou cansada de correr atrás e nunca conseguir alcançar ninguém. Estou cansada de correr. Estou cansada de estar cansada. Estou cansada. Cansada. Estou.

domingo, 20 de março de 2011

fósforo no fogo

às vezes as coisas demoram tanto que parecem que nunca vão acontecer.

terça-feira, 15 de março de 2011

Depois da dor

Sabe o que eu descobri? Que você sempre vai doer em mim. Agora parece que tudo foi dor. Parece que não houveram momentos felizes só porque eles passaram. Isso porque esses momentos "felizes" são também dor hoje. E mesmo que seja uma dor pequena e já leve e despedida, é uma sensação não feliz. E independente do que construiremos a partir de hoje você vai doer. Mesmo que doa insignificantemente - aquela dor que nem mais dói - mesmo assim você será dor. Suas lembranças serão dor e nosso presente, digo, meu presente e seu presente em comum, serão zero. Não zero de inexistente, mas zero de fim e de começo, ou quase começo porque o zero não começa mas recomeça. O negativo, o lado esquerdo do zero, é a dor, é o amor que passou por nós, que acabou em nós e que hoje nem dói mais nem faz feliz. O zero é o presente, é o recomeço que nos propusemos. O positivo, o lado direito do zero, é o futuro, é a nossa amizade que não é mais dor e nem amor, porque o amor passou por nós e foi levado como o vento, assim rápido, assim de vez, mas não indolor. E então passamos hoje do amor à dor, da dor à positividade e, assim, à amizade. E sabe o que mais eu descobri? Pode existir amor depois do amor e depois da dor.

segunda-feira, 14 de março de 2011

preciso partilhar isso comigo mesma. dessa forma irei me relembrar a cada momento da minha vida o momento mais feliz da minha vida:

"Ah! Senhor, já que tu me aceitas, eu vou
Eu vou, vou como estou
Vou imperfeito e errante
Vou porque entendi que adiante, serei melhor
Entendi que fazendo o bem
Sem olhar a quem
Te encontrarei
E te encontrando
Encontro Deus
E encontrando Deus
Serei amor
E sendo amor
Serei Cristão
E sendo Cristão
Serei feliz"
Grupo Cânone

sábado, 12 de março de 2011

minha vida amorosa parece uma esteira ergométrica. eu corro, corro, corro, corro e continuo, continuo, continuo, continuo parada, parada, parada no mesmo, mesmo lugar.

quarta-feira, 9 de março de 2011

tristeza é quase uma decisão.

repertório comeerj

voltei. voltei em várias formas que poderia ter voltado. e voltei com vontade de amar. mas amar assim: intransitivamente.

sábado, 5 de março de 2011

às vezes as coisas passam tão estranhamente que mal parecem ter acontecido.

quarta-feira, 2 de março de 2011

está me dando uma vontade depressiva de cantar uma música antiga que minha avó cantava para mexer comigo: "ninguém me ama, ninguém me quer. ninguém me chama de meu amor". nesse momento eu sinto que sou incapaz de ser amada. justo eu que tenho uma capacidade imensa de amar alguém. ser tão gostável é quase uma maldição...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acho que estou precisando de você porque você não precisa de mim, mas me quer mesmo assim e eu nunca fui querida sem precisada e eu nunca precisei sem querer, sempre quis e não precisei, fui precisada e não querida, também já fui não precisada e não querida, mas nunca assim: querida; e eu acho que estou precisando e começando a querer, pois eu já quero querer, é um começo né?
Eu sabia que tinha uma luz. Uma luz pequena, que ainda era fraquinha, mas uma luz. Você estava num lugar escuro. Não era a escuridão, mas era escuro, era uma penumbra. E eu achava que podia ir lá com a minha luz e iluminar o seu caminho. Achava que minha luzinha era suficiente para te tirar de lá e te ajudar a achar a sua luz. Mas ao invés de fazer isso eu pulei na escuridão e estava tão escuro que nem vi se você estava lá ou continuava na penunbra. Eu só sabia que estava escuro e eu não sabia mais como usar o interruptor da minha pequena luz.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Foi

Eu fui embora com as mensagens, os contatos, as fotos e tudo que estava no celular antes de ser formatado. Só sobrei numa folha de papel onde meus numeros foram anotados para um futuro perto ou distante, não sei ainda. Ela foi embora no vômito da noite, junto com a única refeição do meu dia. Só sobrou nas lembranças do que poderia ter sido e nunca foi, nem será.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

eu não sei se estou mal, se estou bem, não sei. só sei que estou porque disso não posso fugir. e estou bastante. estou inexplicavelmente.
tem dor que ajuda e tem dor que só traz silêncio...............

sábado, 12 de fevereiro de 2011

toc-toc

Eu já toquei a campainha e não consegui entrar. Toquei de novo e de novo e de novo e nada e nada e nada. Agora estou batendo, esmurrando a porta, gritando do lado de fora para ver se entro, mas a porta continua lá estática. E eu ouço sabe? Sei que está lá dentro, sei que está. Ouço os passos e às vezes sinto-me olhada pelo olho mágico. Às vezes tenho a impressão que uma volta da chave já foi dada, mas às vezes parece que é revirada mais uma vez. E eu espero e espero e espero e continuo esperando e batendo e batendo e batendo e nada e nada e às vezes passos se aproximam e me dão esperanças da porta ser destrancada. Basta isso: destrancar. Eu abro, só preciso que destranque que eu abro. Eu giro a maçaneta e abro a porta e entro e fico lá dentro, juro. Juro que não saio, só destranca para mim. Dá mais uma volta na chave, não precisa ter pressa, eu espero, estou esperando, estou criando paciência. O que mais eu faço para ajudar? Tenho vontade de arrombar a porta às vezes, mas sempre que grito você se assusta e parece que se afasta mais, que gira de novo a volta da chave que já tinha desvirado e fica em silêncio e eu te procuro de novo e continuo esperando, tocando e batendo e batendo e esperando e esperando e nada e nada e nada e então um pouco e mais um pouco. Um dia você vai abrir para mim porque eu sei entrar, sei entrar e não sair, sei esperar aqui fora ouvindo sua voz e sentindo seus passos. Sei esperar e espero e espero e não vou embora, você ouviu isso que eu disse? EU NÃO VOU EMBORA! E não vou porque você não quer que eu vá, se quisesse talvez eu fosse, mas você não quer que eu vá e eu não quero ir, eu quero entrar e você quer me deixar entrar, mas é dificil, amor, eu sei que é e eu espero e espero e espero e continuo tentando e tentando porque eu acredito em você e eu sei que eu vou entrar e não vou sair, não se preocupe, eu vou entrar e vou ficar o tempo que você quiser que eu fique porque tem coisas que não se vão, tem coisas que não se perdem, basta acharmos e deixarmos entrar. É bom quando entramos assim, depois de uma espera, não estou triste por ter esperado, mas eu já posso assim que você puder e quando eu entrar para não sair enquanto não quiser que eu saia, eu vou sorrir e você vai sorrir e vamos continuar sorrindo e depois fecharemos a porta, mas não vai mais importar ela estar fechada porque eu vou estar lá dentro e você também e vai ser bonito, muito bonito.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Que seja doce, Caio

A poesia prevalece em mim quando você prevalece na minha cabeça. Mas talvez poesia seja demais. Talvez o melhor termo seja docilidade. Então, que seja doce. Sábias palavras, Caio: que seja doce.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Nas noites

Você sabia que as noites são os momentos mais dificeis para mim? É nessa hora, de noite, que eu mais tenho vontade de te dizer um monte de coisas. Na maioria das vezes são coisas boas, ou só estranhas porque nas noites eu penso diferente do que de dia. Nas noites eu penso muito em você. Talvez porque esse seja o momento que eu mais sinto a sua falta. Nas noites que eu mais quero estar com você. Não me entenda mal. Quero estar com você de qualquer forma que seja. Só quero poder anoitecer ao seu lado e amanhacer nos seus braços. Só quero dormir um sono tranquilo sabendo que quando eu acordar não vou precisar pensar num bom motivo para levantar. Só é preciso olhar às vezes. Só é preciso olhar e talvez sentir, um talvez quase certo. Tão certo que já quase sinto agora que nem estou olhando ainda. Mas não é só esse sentir que estou quase sentindo. Eu estou sentindo agora, muito e não mais quase, muito muito, que amo você.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

imperfeições

Sei que eu sou uma pessoa complicada e problemática e acabo errando muito, mas em todos esses momentos o que eu mais queria fazer era acertar. E não estou tentando me diminiur, acredite. Eu só estou tentando dizer que todos temos nossas imperfeições e eu reconheço as minhas porque o que eu mais queria era ser perfeita para você. Queria ser tudo que você um dia sonhou. Eu sempre senti dentro de mim um amor muito grande. Um amor já pronto. Sempre senti que só tinha que achar outra pessoa para que eu pudesse depositar esse amor. Mas não é justo com ninguém eu jogar isso tudo em cima de você. O que eu quero dizer é que ele está aqui e pode ser seu. A questao é que o que sinto por você me dá muitas forças. Às vezes sinto que sou capaz de fazer absolutamente qualquer coisa por você. Esse sentimento me faz acreditar que sou capaz de tudo, mas isso nao é verdade. E na tentativa de ser perfeita me torno cada vez mais imperfeita. Quanto mais tento me aproximar daquilo que eu acho voce deseja que eu seja, mais eu me afasto daquilo que você realmente gostaria que eu fosse. Desculpa. Eu gosto de pedir desculpa por quando eu falo essa palavra algo muda dentro de mim. Algo me faz querer melhorar. Parece que pelo simples pronunciar des-cul-pa eu tenha a capacidade de consertar e fazer as coisas ficarem melhores, mas eu não tenho. Eu te amo. Muito. Muito. Eu sei que isso é pedir demais, mas tenta usar o amor que você tem por mim para me perdoar quando eu acidentalmente, porém inevitavelmente, fizer algo que você não gostaria que eu fizesse, enquanto eu busco incansavelmente fazer aquilo que você espera de mim; e usa o amor que você tem por mim, se não for pedir demais, para me mostrar o caminho que leva a você; e mesmo que seja longo, mesmo que seja qualquer coisa que seja, me leve até lá que eu caminho de qualquer jeito que precise ser caminhado. Eu quero você quase mais do que quero qualquer outra coisa e quero que sejamos mais. Eu e você. Mais. Melhor. O melhor que possamos ser. O maior que possamos ser. O mais dentro que possamos ter. Você e eu.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

eu tenho que te repetir: eu sempre vou estar aqui. nunca vou sair, contanto que você não me expulse, então, posso entrar mais?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Confissões travesseirais

Esse é o momento mais ansioso do dia. Eu deito a cabeça em um travesseiro, coloco outro entre as pernas para que meus joelhos não se toquem e uso outro entre um braço e o primeiro travesseiro, como se o abraçasse. É o momento do dia que eu tenho certeza que estarei só comigo mesma. Tenho apreciado muito esse momento. Talvez essa seja a razão de eu estar tão ansiosa para dormir em casa todo dia. Nem pareço mais a menina que tinha medo do escuro e odiava dormir sozinha. Hoje prezo essa companhia de mim mesma. É um momento delicado que divido apenas com meus travesseiros. Talvez seja esse o motivo de eu ser tão apegada a eles, principalmente o que eu abraço. Será que vai chegar o dia em que não mais precisarei desse momento? O dia em que ao invés de um travesseiro eu abrace uma mulher? E fique com a cabeça relaxada em seus ombros ou, até melhor, ter a cabeça dela relaxada em meus ombros de modo que eu possa sentir o cheiro que vem do seu cabelo e a docilidade de todo seu corpo tão perto do meu? Será que eu sou tão apegada aos meus travesseiros porque preciso tanto de alguém que durma e acorde ao meu lado? E o que farei sem esse momento tão ansioso em que eu penso tanto? Acho que quando o momento de eu não precisar mais desse momento ansioso, de eu não precisar mais desse travesseiro quase abraçado, quando não precisar pensar tanto, vou conseguir finalmente respirar como qualquer ser humano e não ser tão ansiosa. Acho que sou tão ansiosa porque anseio esse momento-sem-travesseiro desde que me lembro de qualquer coisa que possa ser lembrada. E quando esse momento chegar talvez não escreva tantos textos estranhos como esse. Talvez eu descubra que tudo é muito menos complicado que eu penso. Pena que eu não sei esperar. Se eu soubesse não haveria travesseiro de meio abraço, não haveria apego, não haveria tantas complicações e preocupações, não haveria esse texto, não haveria espera. Eu não entendo isso: não haver espera. Sempre há uma espera. Minha vida é um conjunto de esperas. E uma das coisas que mais me angustia é esperar. Logo; minha vida é uma angustia? Não, eu a faço dessa forma porque paciência é uma virtude que não é minha, mas que eu hei de conquistar.