quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Eu a achei. Assim que ela entrou eu a achei, com o canto do olho. Assim, rápido, como sempre a acho: achei-a linda.
Esperei que ela viesse. Assim como sempre espero que ela venha. Mas apesar dela não vir de vez, ela veio falar comigo.
Senti-me tão refém de tudo. Tudo ia sentindo, tudo ia subindo, as coisas batiam, tremiam e eu não controlava nada. Dentro de mim eu nem sabia o que acontecia. Do lado de fora eu nem via nada de tão achada que estava por dentro.
E eu ia sentindo aquele tanto de coisa, aquela tanta saudade que se mostrava de tantas formas.
Meus olhos brilhavam.
Tanto tanto que eu achava que qualquer um dali podia sentir. Achava que qualquer um dali podia ver meu desconcerto disfarçado que acontecia em mim todinha.
E eu com aquela vontade de fazer sei lá o que, de fazer tanta coisa. E quando ela chegou perto e olhou para mim, senti uma vontade incontrolável de tocar ela de qualquer jeito que fosse, de abraçar ela para sempre. Aquela vontade absurda que eu nem sabia como me tomava inteira. Vontade de sentir seu cheiro e olhar para ela sem parar. Sentir aquela pele e respirar mais pertinho dela.
Meu ar ficava estranho. Eu respirava estranho.
E eu chorei baixinho. Sem que ninguém percebesse.
Chorei ali do lado dela, sem saber mais se chorava de felicidade ou tristeza. Estava com tanta saudade! Acho que chorei porque meus olhos brilhavam tanto ao olhar para ela, que aquele brilho não cabia mais no olho e foi caindo de um lado e de outro.
Fingia que queria dizer qualquer coisa só para chegar mais perto. E quando ela olhava para trás, o cheiro do cabelo vinha. Um cheiro diferente, como se ela tentasse mudar, mas certas coisas nunca se perdem, certas coisas nunca se vão. E o cheiro dela estava lá. O cheiro que sempre foi dela. Eu que sempre fui dela. Eu continuava ali. Naquela tentativa desesperada de controlar a vontade de estar perto, de tocar qualquer toque que fosse, sorrir para ela e dizer-lhe que eu tenho estado muito feliz, que eu tenho estado tão bem, mas que não importa o quanto eu fique bem: sempre falta ela, como sempre faltou antes dela vir. Sempre faltou. Ainda falta. E não dá mais para ela faltar.
Eu tive vontade de dizer para ela tanta coisa que eu tive vontade de dizer por esses dias, durante tanto momentos. Quis dizer o que estava acontecendo. E eu sabia que tinha tanta coisa que você queria me dizer também. E a gente começa um diálogo que tenta atualizar uma a vida da outra. "Eu fui na terapia de novo", ela dizia. "Eu tive vontade de comer salada essa semana", dizia eu. Aquelas coisas mais e mais cotidianas que eu tive vontade de dizer para você, vontade de viver com você... vontade de ser cúmplice com você.
E eu me achava ali do lado dela. Mais feliz do que eu achava que estava antes. Eu me achava no olhar dela que não sabia o que dizer, que não sabia como ouvir enquanto olhava para mim. Eu ali tão achava do lado dela. Achada naquele tanto de coisa que eu estava perdida antes tinha se achado ali. E eu queria dizer que eu queria me achar perto dela, que estava na hora, que não adiantava fugir... está escrito nas estrelas....
Mas o problema disso tudo é que ela acha que se perde e eu acho que me acho. Só que eu também acho que às vezes se perder também é se achar... E ela só não descobriu isso ainda.


domingo, 9 de setembro de 2012

o mundo está regenerando.
é uma boa época para a regeneração, Carolina!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

dor absurda.
absurda
queria gritar mas nao consigo parar de chorar.
ela nao me sente mais.
eu só sinto dor.

e agora, Carolina?
se voce tivesse sido paciente desde o inicio............................
acredito que uma das coisas mais bonitas da vida é acreditar.
por isso continuo acreditando. sempre.
um dos desafios é acreditar sem esperar.
por isso vou desenvolvendo a paciência e a fé.
e por isso continuo acreditando e só por isso que continuo sorrindo. sempre.

domingo, 2 de setembro de 2012

joão bobo = você bate e ele volta = carol barra


eu sou a luz do mundo

nunca fui eu nunca fui eu nunca fui eu...
repito como um mantra pensando em todas as vezes que nao fui escolhida.
pensando em todas as vezes que ela atravessou a ponte por outra mulher e, por mim, não atravessou nem o caminho até o meu centro academico, onde poderia me encontrar, ou até alguma de minhas salas, ou até a minha casa tão mais perto da dela, ou até as minhas aulas, ou até qualquer lugar que eu vá, os quais ela conhece todos por também fazer parte deles. por mim ela não atravessou nada. por mim ela nunca veio. e eu ainda tremo quando toca o interfone em horários inesperados, pensando que ela poderia chegar enfim... eu já esperei por tanto tempo. ainda sinto o coração tremer e quando o celular toca, por isso ele tem estado no silencioso. ainda olho em volta esperando vê-la.
mas as horas passam, os dias passam, um ano passou e ela ainda não veio. só vem nos sonhos, mas eu já aprendi há bastante tempo que os sonhos não são suficientes. e estou aprendendo também agora que ela não me quer o suficiente para estar comigo. ela não está comigo. mas está nas lembranças de todos os lugares que eu vou, de várias roupas que visto, da cama que durmo, da risada que dou, do cabelo que tenho, do carro que dirijo, dos cheiros que são meus, de tudo tudo que estou. ela é presença em sua ausência.
e eu continuo aqui, no mesmo lugar de sempre, com as mesmas coisas de sempre. com a mesma acreditação estúpida de sempre. estou aqui tentando fazer diferente. ser diferente. quebrar ciclos. quebrar o orgulho. quebrar a dor. quebrar o medo de nada ter existido senão em mim, senão na minha cegueira de que nunca fui eu.
e assim repito e continuo repetindo nunca-fui-eu-nunca-fui-eu-nunca-fui-eu.
e repetindo espero seguir em frente. seguir em frente para outro futuro que não mais aquele que acreditei e desejei por tanto tempo. seguir em frente respirando fundo. seguir em frente tentando estar a luz que eu sei que sou.
seguir em frente seguir em frente seguir em frente.
outro mantra.

não sei quem escreveu, mas eu bem queria que tivesse sido eu...

"- Saudades
- De mim?
- De tudo
- Eu também
- O que aconteceu com a gente?
- Não sei
- Será que seriamos um bom casal?
- Creio que sim
- E porque não fomos?
- As vezes encontramos a pessoa certa no momento errado
- Foi isso que aconteceu com a gente?
- Sinceramente, não sei
- Será que podíamos recomeçar?
- Agora?
- Sim
- É o momento certo?
- Na verdade todos os momentos foram certos
- E porque nós não demos certo? Eramos as pessoas erradas um pro outro?
- Não, pelo contrário. Você sempre foi a pessoa certa pra mim. Em todos os momentos, em todos os lugares. Em tudo. Mas eu era uma medroso. Mas notei que com você sou forte.
- Então me dá a mão.
- Te dou meu mundo se você pedir."
tenho sonhado toda noite que estamos juntas. felizes.
muito felizes.
muito juntas.
e todo dia acordo e não estamos juntas. nem felizes.
nada juntas.
nada felizes.
eu queria correr para os seus braços abertos a me esperar.
eu queria que ela corresse para os meus braços abertos a esperar por ela.
queria nao mais esperar.
queria que chegasse.
queria que voltasse.
queria que viesse de vez.
queria que ficasse.
queria ser querida.
queria ser escolhida.
queria tanta coisa que ainda quero.
até quando, Carolina?
até quando esse querer?
esse querer tão grande que cresce e desespera.
esse querer e esse acreditar infantil e bobo.
eu infantil e boba.
eu sempre acreditei.
eu acredito.
eu estou doendo.
eu estou saudades.
eu estou um futuro que não existe.
eu estou um passado que nao existe mais.
eu estou em qualquer lugar que não seja o presente.
eu estou triste.
eu estou decepcionada.
eu estou acreditada.
eu estou cinza.
eu estou aquilo que eu não queria.
está aquilo que eu não queria.
está aquilo que eu não quero:

não está.