quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acho que estou precisando de você porque você não precisa de mim, mas me quer mesmo assim e eu nunca fui querida sem precisada e eu nunca precisei sem querer, sempre quis e não precisei, fui precisada e não querida, também já fui não precisada e não querida, mas nunca assim: querida; e eu acho que estou precisando e começando a querer, pois eu já quero querer, é um começo né?
Eu sabia que tinha uma luz. Uma luz pequena, que ainda era fraquinha, mas uma luz. Você estava num lugar escuro. Não era a escuridão, mas era escuro, era uma penumbra. E eu achava que podia ir lá com a minha luz e iluminar o seu caminho. Achava que minha luzinha era suficiente para te tirar de lá e te ajudar a achar a sua luz. Mas ao invés de fazer isso eu pulei na escuridão e estava tão escuro que nem vi se você estava lá ou continuava na penunbra. Eu só sabia que estava escuro e eu não sabia mais como usar o interruptor da minha pequena luz.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Foi

Eu fui embora com as mensagens, os contatos, as fotos e tudo que estava no celular antes de ser formatado. Só sobrei numa folha de papel onde meus numeros foram anotados para um futuro perto ou distante, não sei ainda. Ela foi embora no vômito da noite, junto com a única refeição do meu dia. Só sobrou nas lembranças do que poderia ter sido e nunca foi, nem será.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

eu não sei se estou mal, se estou bem, não sei. só sei que estou porque disso não posso fugir. e estou bastante. estou inexplicavelmente.
tem dor que ajuda e tem dor que só traz silêncio...............

sábado, 12 de fevereiro de 2011

toc-toc

Eu já toquei a campainha e não consegui entrar. Toquei de novo e de novo e de novo e nada e nada e nada. Agora estou batendo, esmurrando a porta, gritando do lado de fora para ver se entro, mas a porta continua lá estática. E eu ouço sabe? Sei que está lá dentro, sei que está. Ouço os passos e às vezes sinto-me olhada pelo olho mágico. Às vezes tenho a impressão que uma volta da chave já foi dada, mas às vezes parece que é revirada mais uma vez. E eu espero e espero e espero e continuo esperando e batendo e batendo e batendo e nada e nada e às vezes passos se aproximam e me dão esperanças da porta ser destrancada. Basta isso: destrancar. Eu abro, só preciso que destranque que eu abro. Eu giro a maçaneta e abro a porta e entro e fico lá dentro, juro. Juro que não saio, só destranca para mim. Dá mais uma volta na chave, não precisa ter pressa, eu espero, estou esperando, estou criando paciência. O que mais eu faço para ajudar? Tenho vontade de arrombar a porta às vezes, mas sempre que grito você se assusta e parece que se afasta mais, que gira de novo a volta da chave que já tinha desvirado e fica em silêncio e eu te procuro de novo e continuo esperando, tocando e batendo e batendo e esperando e esperando e nada e nada e nada e então um pouco e mais um pouco. Um dia você vai abrir para mim porque eu sei entrar, sei entrar e não sair, sei esperar aqui fora ouvindo sua voz e sentindo seus passos. Sei esperar e espero e espero e não vou embora, você ouviu isso que eu disse? EU NÃO VOU EMBORA! E não vou porque você não quer que eu vá, se quisesse talvez eu fosse, mas você não quer que eu vá e eu não quero ir, eu quero entrar e você quer me deixar entrar, mas é dificil, amor, eu sei que é e eu espero e espero e espero e continuo tentando e tentando porque eu acredito em você e eu sei que eu vou entrar e não vou sair, não se preocupe, eu vou entrar e vou ficar o tempo que você quiser que eu fique porque tem coisas que não se vão, tem coisas que não se perdem, basta acharmos e deixarmos entrar. É bom quando entramos assim, depois de uma espera, não estou triste por ter esperado, mas eu já posso assim que você puder e quando eu entrar para não sair enquanto não quiser que eu saia, eu vou sorrir e você vai sorrir e vamos continuar sorrindo e depois fecharemos a porta, mas não vai mais importar ela estar fechada porque eu vou estar lá dentro e você também e vai ser bonito, muito bonito.