sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Palavras

Eu alimento-me das suas migalhas. Adoro-as. Aquele muito depois do "eu te amo" que me diz depois de eu te dizer é a melhor parte. E quando você me chama de amor nas coisas mais cotidianas ou quando me chama de chuchu, mesmo brincando. Quando você me liga para dizer o nome dos nossos filhos ou quando aperta minha mão levemente mais forte quando ela procura a sua. Quando pede: "você não quer me coçar?" com aquele tom docemente mandão. Quando você me liga ou atende o telefone dizendo um "oiiii"animado que me faz ter certeza que tudo está bem. Quando você coloca a mão na minha cabeça porque estou com dor e quando se preocupa quando estou passando mal, ate quase gosto de ficar doente nesses momentos. Quando você troca a imagem do msn, mesmo que por poucos instantes, e coloca uma foto nossa. Quando você vem e me beija de surpresa e quando me liga, animada ou triste, querendo compartilhar algo comigo. As migalhas me alimentam muito bem, os detalhes são as melhores partes, mas eu também gosto de um prato cheio. Como no dia que você me mandou uma mensagem no meio da noite dizendo que não conseguia dormir porque não parava de pensar em mim. Esse foi o prato mais cheio, a refeição mais servida que já comi na minha vida. E a sua alimentação? Espero não te fazer passar fome.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cure

às vezes eu sinto uma dor que não é minha. e como não é minha eu não posso fazer nada; mas eu sinto, sinto lá no fundo de mim e sinto também fora de mim. sinto tanto que quase deixo de sentir outras coisas. e agora? o que eu faço pra tirar isso da gente? o que faço se a culpa não é minha? acho que prefiro ser culpada pelo seu sofrimento porque aí então eu posso consertar. então joga pra mim tudo que você sente. me culpa pelo que os outros fazem com você para que eu possa arrancar essa dor da gente. eu quero fazer passar e me dói tanto não conseguir. essa dor que não é minha, é minha sim. dói tanto tanto. quero ser a culpa para ser a cura porque não ser capaz de te fazer sorrir é muito pior que fazer parte da dor.