terça-feira, 28 de junho de 2011

Ah, acabam sim...

As coisas acabam de maneiras engraçadas. As paredes estão sendo pintadas de branco-leite para esconder aquelas sujeiras de felicidade e das patas de um cachorro grande e tranquilo. Lembranças de binóculos no escuro e liquidificadores emprestados não vão embora com aquela primeira mão de tinta e duvido que a segunda consiga dar um jeito nelas. A grelha de pão de queijo de frango já se foi, mas aquela luminária esquisita, de um tal menino PJ que tem consciências que saem de malas e têm medo de gritos, ainda está por lá, naquela varanda que não pode ser lavada. E o quarto sem luz não mais ilumina a cama que costumava ficar lá, chamativa para deitar ou para empurrar pessoas em cima. Todas as histórias vão sendo pintadas de branco e vão chegando ao fim naquele apartamento engraçado que tem teto mas não tem nada. Ninguém pode fazer xixi porque papel higiênico não tem mais ali. Mas todos podem sentir saudades porque ali houveram felicidades.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

sempre me é dado o inalcançável ou eu realmente nunca consigo alcançar?

Esperava

E eu estava sempre esperando por ela. Seja nas portas das suas salas, seja na porta da sua vida. Eu esperava ela responder os meus torpedos e tomar decisões importantes sobre nós duas. Esperava que ela tivesse tempo para me ver, para que eu segurasse sua mão, visse seu pescoço quando mexesse no cabelo e ansiasse por aquele beijo. Não, não é qualquer beijo. Eu esperava e ansiava por aquele beijo vermelho, tímido e sorridente. Esperava sempre. Ás vezes pacientemente, às vezes desesperadamente. Porque esperar às vezes é desesperante. Mas nem tanto para mim porque eu sempre espero essa sempre espera. Ah! Essas soleiras da vida que eu tanto procuro e fujo, que eu tanto amo e desespero. E o tempo que não se criava, passava. Passava e levava embora algumas coisas, tipo a vontade de comer, tipo o calor, tipo o desespero. E o que fica é apenas essa paciência tão nova e esquisita. Essa vontade de não-sei-o-que e um pouco daquela fé tão reconfortante que remove montanhas e move vontades.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

presença da ausência

queria postar umas coisas, mas como não dá, quero deixar registrado essa ausência.

ps. isso é culpa do artigo da cláudia e do almeida faria.

Feliz aniversário, Ana!

Ana Luiza é a menina bonita das minhas aulas.

A menina que falta e chega atrasada.

A menina que faz falta e chega bem rápido quando tem que chegar.

E ela chegou: rapidamente, despretensiosamente, felizmente e intensamente.

Chegou para mostrar a falta que eu tinha antes dela ter chegado. Chegou para mostrar a amizade, a confiança, as broncas, e os sorrisos.

E a Ana Luiza sorri demais. Sorri com o sorriso, sorri com os olhos, sorri com os abraços, sorri até com os cigarros e o iphone. Ana Luiza sorri porque sorrir é o que há de mais bonito e tudo que há de mais bonito nela sorri.

E assim, sorridente e tolstoiana, ela veio. Veio, comeu um misto quente, um joelho, tomou uma caipirinha, uma coca-cola e sorriu com a minha vida.

domingo, 5 de junho de 2011

composê

a felicidade existe. existe naquela casinha que ainda estamos plasmando e naquela escola que ainda estamos idealizando. a felicidade existe ali naquela salinha apertada que trabalha aos sábados e canta aos domingos. a felicidade existe naquele circo azul, amarelo e vermelho onde os lápis são grandes, os pincéis pesados e as borrachas apagam braços. a felicidade existe nos composês dos centros de mesa, das paredes e dos cabelos. a felicidade existe naquelas pessoas que imitam outras pessoas e riem e cantam usando crayolas de microfone. a felicidade existe nos três corações e nos outros tantos que ainda batem ou não mais. a felicidade existe naquele cara a cara de pessoas conhecidas e familiares, acima de tudo: familiares. a felicidade existe no sorriso de cada um e no amparo de um bigode grande, um olhar doce e um coração maior que o mundo. a felicidade existe onde somos todos 1!